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Cristiane Fernandes

Psicogenealogia e Constellazioni Familiari

Nossos antepassados


Como entender a transmissão Transgeracional inconsciente das histórias

familiares que se transmitem de geração em geração e, portanto de uma parte

inconsciente e coletiva da psique? Como pode as pessoas ter distúrbios,

dificuldades inexplicáveis e quando desenhamos seu genograma se descobre

sempre repetições de cenários, de datas, de incidentes e de segredos

aparentemente esquecidos, mas relacionados com seus sofrimentos?

Devemos sempre imputar ao acaso que se durante o trabalho de

psicogenealogia acontece eventos particulares, lapsos, intuições, fatos

estranhos, coincidências que nos ajudam a esclarecer a história familiar dos

quais nos ocupamos?


Como explicar que durante a prática das constelações

familiares as pessoas experimentam emoções e sensações que não tem

nenhuma relação com as suas situações atuais, mas que tem a ver com as

emoções e as sensações que viveram os seus antepassados e frequentemente

de outros familiares das pessoas cujas constelações se ocupam?

Um outro fato que me fascina sempre é que quando falamos das transmissões transgeracionais

de traumas com alguém que não conhece o assunto,

encontramos uma adesão imediata. Também os mais céticos, quando é dito

que a base da psicogenealogia é a hipótese que as dificuldades que vivemos

no presente têm origem na história de nossos antepassados, compartilham

sem dúvida dessa ideia.

Até mesmo consideram verdadeiras. Como pode, uma

coisa desconhecida como as transmissões entre gerações ter aceitação

imediata pelas pessoas também mais incrédulas ou sem nenhum

conhecimento do assunto? De onde vem esta certeza? Como se transmite

estes conteúdos? Por que durante a prática das constelações atos

inexplicáveis, mas com relação estreita com a história que se está colocando

em cena, acontecem? Como pode os segredos de família determinar as

nossas vidas? A hipótese da existência dentro de nós de uma parte

desconhecida que determina a nossa parte consciente foi proposta há muitos

séculos e a psicanálise de Freud. Que já tem mais de cem anos, focava no

tratamento dos distúrbios psíquicos.

Mas o inconsciente proposto por Freud, limitado só à repressão das experiências

pessoais, não é suficiente para explicar a experiência destes outros fenômenos

Freud mesmo se deu conta e refletiu sobre a existência de uma instância

coletiva transmitida de modo inconsciente (herança arcaica), mas preferiu

concentra-se totalmente sobre a concepção que fez da libido o único motor do

ser humano. Tinha razões “históricas” para fazer esta escolha: no século de

Freud à sexualidade era um tabu no ambiente médico e as doenças como a

histeria era tratada somente com a internação psiquiátrica.


Jung avançou mais na elaboração e uma teoria sobre o funcionamento da

psique e postulou a existência de um inconsciente coletivo além do individual.


De Jung a Freud, de Françoise Dolto a Bert Hellinger, passando por Dumas,

Abraham, Torok, Moreno, Sheldrake, Boszormenyi- Nagy e muitos outros

todos, concordam sobre a existência de uma transmissão psíquica

multigeracional que explica a gênese de distúrbios e dificuldades na vida

presente das pessoas.



Estes terapeutas têm verificado nas suas práticas com milhares de pacientes

que as “doenças” das quais estes sofrem têm uma relação com os traumas

psíquicos vividos por seus antepassados.

Françoise Dolto, por exemplo, falou de débitos inconscientes dos pais dos

pacientes, assim como os efeitos patológicos do passado dos pais e dos avós,

que são expressos nos sofrimentos dos filhos. O seu anunciado: “precisamos

de três gerações para fazer um psicótico” é a pedra fundamental seja do

modelo familiar sistêmico ou da psicogenealogia.

Didier Dumas, seu aluno e discípulo, desenvolve este discurso dizendo que o

“não dito” dos antepassados torna-se um “impensável genealógico” para os

descendentes. Aquilo que foi um “não dito” para um bisavô pode tornar-se para

um bisneto um distúrbio cujas razões são incompreensíveis porque não são

desconhecidas como não são nem menos pensadas.

Abraham e Torok foram os primeiros a analisar o problema das patologias

geradas pelos traumas e não ditos dos antepassados. Os dois psicanalistas

postularam a existência de uma “cripta” na psique, parte separada do eu (ego

divisão), causada pela lacuna criada pelas ocultações dos eventos traumáticos

vividos por um ascendente. Esta cripta é habitada por um fantasma, um trauma

fantasma, que se transmite de geração em geração.


Contemporaneamente os estudos de Boszormenyi-Nagy sobre ética familiar,

mostram que os débitos e os méritos dos antepassados se transmitem de

geração em geração.

Temos um livro de contas familiar que carregamos dentro

de nós e onde está escrito quem é credor e quem é devedor.


(trecho do Capitulo final Do livro – Jung, Psicogenealogia e Constellazioni Familiari – Inconscio Colletivo e sincronicità – Autora

Dot. essa Maura Saita Ravizza- Tradução: Dra. Jaqueline Cássia de Oliveira)

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